O crescimento da população levou a que cada vez mais a corporação se visse confrontada com novas situações, que exigiram melhores condições logísticas. Dois chuveiros para 130 soldados da paz, e 3 portas para 20 viaturas eram sinais claros dessa necessidade.
Em 1989 aquando da Comemoração do Centenário, a Direcção ponderou o aumento das instalações então ocupadas, mas o Serviço Nacional de Bombeiros discordou da ideia, e incentivou a construção de novas infraestruturas com melhores condições de apoio aos serviços prestados e com melhores acessos à via pública.
A autarquia forneceu o projecto do autoria do Arquitecto Vitor Martins e doou o terreno. O orçamento de construção rondava os 150.000 contos, avaliação de custos de 1990.
Faltava a inscrição da obra no PIDDAC/92, que se adivinhava difícil, o que levou o presidente da Direcção dos B. V. L., Dr. Jorge Miranda a admitir que «... se não tivermos uma “cunha” o nosso projecto será sempre rejeitado a menos que as eleições legislativas de 1991 modifiquem a actual situaçãogovernativa».
Com uma visita relâmpago do Secretário de Estado da Administração Local, Nunes Liberato, em Julho de 91, a situação começou a ficar desbloqueada, ficando resolvido que o Estado comparticiparia com 85.000 contos, cabendo a outra parte à corporação lixense.
Nesse mesmo ano, em Setembro, e com a questão da comparticipação estatal resolvida, aquando da comemoração do 103º aniversário, Nunes Liberato, voltou à Lixa e presidiu à cerimónia de lançamento da primeira pedra do novo quartel, referindo que a obra «... constituiu um incentivo para que os BVL continuem a trabalhar pelo bem comum. Porém tenho a consciência de que não passa de uma pequena prenda de aniversário, para quem tem dispensado tanta dedicação à sociedade lixense».
Em 1994, volvidos 2 anos e passados muitos trabalhos foi finalmente assinado no dia da comemoração do 105º aniversário o contrato de construção do novo quartel, com a empresa FERREIRA DIAS & OLIVEIRA, LDA., sendo o valor de orçamentação da obra de 189.640.918$ (+IVA 5%), quando em 1991 se pensava em 150.000 contos.
O pagamento de IVA por parte deste tipo de associações aquando da construção de obras destinadas a servir a população levou o presidente da Direcção dos B.V.L. a lamentar-se, e a pedir à Câmara Municipal de Felgueiras e à população servida pela corporação, ajuda através de subsídios e dádivas, de modo a que o novo quartel se concluisse dentro dos prazos previstos.
Um ano depois, em Fevereiro, a corporação leva a efeito uma conferência de imprensa em que apresentou as iniciativas planeadas com o objectivo de angariar fundos para a construção do novo quartel, entre elas destacavam-se um peditório geral nas freguesias que integram a área de intervenção dos B.V.L., venda de vários artigos alusivos à corporação, torneios de futebol, espectáculos de variedades...
Reconhecendo a importância da comunicação social local, lançou o apelo para que «tornem esta campanha um sucesso».
A população correspondeu mas as necessidades eram muito elevadas, e os pedidos de colaboração repetiam-se.
Em Setembro de 1995, foi o 1.º comandante da corporação, Luís Queirós, «Neste momento, as dificuldades financeiras levam-nos a ponderar, a pensar e obrigam-nos a muito trabalho...».
O Dr. Jorge Miranda, numa altura em que todos já ansiavam a conclusão da obra, pediu à presidente da C. M. F. colaboração e aceleração do processo que possibilitou a atribuiçao de um subsídio extraordinário de 25 mil contos. Até esta altura já tinham sido gastos 90 mil contos, estando os custos totais avaliados em 250 mil contos.
Cumprindo os prazos previamente estabelecidos, numa cerimónia singela que decorreu na tarde de 28 de Novembro de 1996, a Direcção dos B.V.L. recebeu as obras do novo quartel do empreiteiro. No entanto, foi anunciado que a ocupação efectiva das instalações só aconteceria no ano seguinte, pelos motivos de aquisição de mobiliário novo e transferência faseada do antigo quartel.
Outra grande razão, estava relacionada com o desejo que os responsáveis da Associação Humanitária dos B.V.L. tinham em tentar a liquidação total das dívidas antes de mudar para a nova “casa”.
As obras que estavam inicialmente orçadas em cerca de 200 mil contos, acabaram por ascender a quase 250 mil, pelo que as verbas já recebidas de entidades oficiais e de particulares, a título de donativos, estavam muito longe de cobrir toda a despesa. Faltavam cerca de cento e vinte mil contos, montante coberto por empréstimos bancários e dívidas ao empreiteiro.
Para obviar a isto, e depois de na fase inicial a venda do antigo quartel ter sido apontada como fonte de financiamento, e mais tarde abandonada em virtude de serem apontados objectivos comunitários para o espaço, voltava-se a equacionar a venda do velho quartel em leilão, solução que nunca foi vista com bons olhos.
Só que «... nós vimo-nos de tal maneira atrapalhados que estavamos dispostos a vender o quartel em hasta pública. Sabe isto é como uma bola de neve: as dificuldades financeiras estavam a ser cada vez maiores.
Chegamos a colocar a venda do quartel em leilão, felizmente apareceu a Câmara de Felgueiras. Sinceramente, fiquei admiradíssimo com esta posição da Câmara, porque nós há vários anos que andavamos a pedir à autarquia para que comprasse o quartel antigo.» disse o presidente da Direcção, Dr. Jorge Miranda, ao jornal O SOVELA em Novembro de 1997, acrescentando que «...foi a melhor prenda de Natal para a Associação dos Bombeiros.». Uma Casa de Cultura ao serviço da comunidade lixense é a finalidade.
Volvidos 9 anos desde o centenário da Associação Humanitária dos B.V.L., a corporação inaugura no dia 13 de Setembro de 1998, o novo quartel modelar, moderno e funcional, colocando ao serviço da população um empreendimento pensado para ela e construído com a sua ajuda.
São 7.000m2, ocupados por três blocos, uma casa-escola e parada, ocupando a construção em relação à àrea coberta 2.300m2.
A obra está feita...